
Fundo - O secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Costa Guimarães, defendeu a criação de um fundo nacional para o setor e disse que uma proposta nesse sentido será enviada pelo governo para a Câmara. Segundo ele, os recursos são importantes porque, até o momento, o sistema de defesa civil brasileiro é financiado por meio de medidas provisórias. Além disso, é preciso reestruturar o sistema de defesa civil, transformando o Decreto 5.376/05, que regula o setor, em uma lei federal. Guimarães disse que o atual ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, dá atenção ao setor, tendo feito uma aquisição "histórica" de kits de abrigagem. "Preparamo-nos para o pronto atendimento e estamos respondendo de maneira mais positiva na fase do socorro e assistência", disse. O coordenador da Frente Parlamentar Mista da Defesa Civil, Acélio Casagrande (PMDB-SC), propôs a substituição do Fundo Especial para Calamidades Públicas (Funcap) por um fundo permanente para a defesa civil. O deputado João Oliveira (DEM-TO) também apoiou a criação do fundo e ressaltou a necessidade da formação de profissionais para atuarem na defesa civil.
Prevenção - O diretor do Departamento Estadual de Defesa Civil de Santa Catarina, major Márcio Luiz Alves, ressaltou que é preciso mudar a ótica do desastre para agir na prevenção. Ele também defendeu a criação de um fundo nacional que destine recursos para essa fase da defesa civil. Alves destacou a necessidade de adaptar as leis do setor às mudanças climáticas recentes e ao transporte de produtos perigosos, que são a maior fonte de desastres, e estabelecer a obrigatoriedade de criação da defesa civil em todos os municípios, já que muitos não têm. "Em 1995 já se falava em uma política nacional de defesa civil, e precisamos fazer com que isso saia do papel. Precisamos fazer com que aquilo que os técnicos vivem no dia-a-dia se torne uma legislação nessa Casa", disse. Na mesma linha, o diretor de Departamento da Defesa Civil de Guarulhos (SP), Paulo Victor Novaes, afirmou que a defesa civil precisa atuar de forma preventiva no País. "Parece que a sociedade acostumou-se a sempre resolver os problemas e não preveni-los. Seria um avanço os prefeitos investirem em prevenção", afirmou. Novaes disse que a defesa civil "tem que olhar para dentro do município", instituindo a figura do agente que conhece bem a região e que avalia as estruturas de edificação de cada cidade, prevendo catástrofes, como desabamentos. Em relação às iniciativas de socorro, segundo o diretor, é preciso implementar telefones de emergência, pois muitos municípios ainda não contam com o serviço. Além disso, é preciso definir parceiros, como hospitais. A última etapa, concluiu Novaes, é a da recuperação, que passa pela doação de colchão ao recolhimento de material de construção para reconstruir uma cidade.
Fonte: Agência Câmara Foto: Elton BonfinBrasília/DF
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