Poemas escolhidos de Antonio Ventura por Antonio Carlos Secchin
Paulista de Ribeirão Preto, Ventura é poeta desde a infância, e fez seu primeiro poema moderno (“Tédio”) aos 14 anos. Do grupo dos chamados “poetas marginais” dos anos 70, época em que viveu no Rio e vendia seus poemas mimeografados no Teatro Ipanema, ele é, na opinião do romancista gaúcho Menalton Braf, “um dos maiores expoentes rimbaudianos entre nós”. Nesta luxuosa antologia, organizada pelo poeta e crítico literário Antonio Carlos Secchin e com prefácio do também poeta Carlos Nejar – ambos da Academia Brasileira de Letras – o melhor da produção poética do autor ganha a companhia de vinte belas ilustrações, assinadas por Francisco Amêndola, Marcos Irine, Tânia Jorge, Divo Marino e Carlos Alberto Paladini, além de 19 desenhos do próprio Ventura.
O catador de abismos, “recolhe poemas cuja tônica é a indagação existencial, a vida humana frente aos limites que a cerceiam, e os desafios para a ultrapassagem desses limites”. Já a última seção, Cantares, reúne as “celebrações de amizade e de amor entoadas pela palavra agregadora do poeta”. A edição luxuosa, com o melhor da produção poética do premiado paulista de Ribeirão Preto, vem enriquecida por vinte belas ilustrações, assinadas por Francisco Amêndola, Marcos Irine, Tânia Jorge, Divo Marino e Carlos Alberto Paladini, além de 19 do próprio Ventura, que aqui comprova ser também ótimo desenhista.
Frases sobre o autor
(...) o construtivismo de um texto como “Carta-poema para João Cabral de Melo Neto”, onde se lê: “Aprendi com você, João, / que o pássaro é tão mineral / como o pássaro que tento / segurar na folha branca”. Não se pode dizer que Antonio Ventura subscreva aquele conceito de que o poema seja, em suma, uma cosa mentale. Mas o fato é que os versos acima citados o aproximam de Mallarmé, quando, diante da página em branco, confessou-se algo assustado com o que nela deveria escrever: “Sur de vide papier que la blancheur défend”.E sabe-se que, com ele e Valéry, tem início uma das principais correntes da poesia moderna, a que irá desaguar, justamente, em João Cabral. É nela, numa certa medida, que se inscreve o poeta Antonio Ventura. Ivan Junqueira
Os chamados poetas marginais dos anos 70 não se constituíram em movimentos literários, e muito menos em uma escola dotada de cânones e princípios estéticos. Ao contrário, opondo-se aos sistemas repressores políticos (ditadura de 64) ou artísticos, procuraram colocar a vida vivida da poesia acima e ao lado da letra formal e formalizante do poema. Um peregrino dessa poesia vivida foi e é Antonio Ventura. Mário Chamie
Antonio Ventura, o que mais me tocou em seus poemas foram aqueles momentos em que o poeta se deslumbra com as coisas da vida, feito uma criança. Ferreira Gullar
Antonio Ventura sempre foi um poeta diferenciado, desde o início, quando já na adolescência escrevia versos fortíssimos, uma poesia marcante, de asfixia, aquela poesia que vem de dentro do homem, onde o homem deixa residir sua vida, seu poema mais verdadeiro. Esta a poesia de um poeta que compreende a grandeza da poesia e faz da poesia sua própria história. Álvaro Alves de Faria
Antonio Ventura, poeta, pode-se dizer que cumpre seu ofício de forma exemplar. Porque privilegia antes de tudo a memória para recriar a matéria de seu canto. E o faz valendo-se igualmente da imaginação transfiguradora, tornada eficaz pelo vigor da linguagem.
Adriano Espínola
A poesia de Antonio Ventura nasce de envolvente simplicidade, em gotas de surpresas na forma e nas imagens. Não sei que cor tem a alma. Ninguém sabe. Esse pastor de nuvens consegue, porém, colorir de alma todos os seus versos e se transforma no príncipe das cavalgadas de lágrimas e de sonhos. É poeta. Saulo Ramos
Antonio Ventura é um dos maiores expoentes rimbaudianos entre nós. Menalton Braff
A poesia de Antonio Ventura, melhor apreciada e visível agora com esta Antologia primorosa, ao ser lida, continuará na imaginação dos leitores, como a foz de um rio de muitas margens. Poesia carregada de surreal, que reúne devaneio e lágrima, poesia que não se acomoda, tenta ultrapassar a morte. Instiga o leitor com imagens jovens, belas, algumas incandescentes. Como se estivesse em círculo, ou o círculo girasse no poeta que insufla sete firmamentos. Musical, imperioso, singular, “escreve” — como ele próprio vaticina — “com fogo nas pedras onde ficará seu nome”. E se insere entre os importantes criadores da poesia brasileira contemporânea. Carlos Nejar
Serviço
A educação pelo abismo
Autor: Antonio Ventura
Organizador: Antonio Carlos Secchin
Formato: 15,5cm x 23cm
174 páginas / R$ 34,90
ISBN: 978-85-7475-258-7
Projeto gráfico e capa: Miriam Lerner
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