Áreas de instabilidade conhecidas por Alta da Bolívia, Zona de Convergência Intertropical e Vórtice Ciclônico de Altos Níveis provocam muita nebulosidade e chuvas sobre boa parte do país nesta terça-feira. As nuvens mais carregadas estão sobre o Pará, Amazonas, Tocantins, Rondônia, sudeste de Goiás, oeste de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Por outro lado, duas massas de ar seco inibem a formação de nuvens de chuva em boa parte do Nordeste e no centro e norte de Minas Gerais, além do Rio Grande do Sul. O verão está terminando com grande variação na distribuição de chuvas. Todo o Centro-Oeste e partes do Acre, Amazonas (sul), Pará (sul, Tocantins e Maranhão (sul) terminarão com chuvas bem abaixo da média. O desvio negativo passa dos 500mm em algumas localidades do Mato Grosso, sudeste do Amazonas e sudoeste do Pará. Em Sorriso, grande área produtora de soja, milho e algodão, o déficit chega a quase 800mm neste momento. Choveu dentro da média apenas em dezembro. Já os meses de janeiro, fevereiro e março apresentam grandes déficits. Isto trará conseqüências muito ruins a longo prazo, no outono e inverno. Acredito que muitos ainda se lembram da grande seca que a Amazônia passou em 2005. Acredito que não registraremos tamanha tragédia, mas provavelmente faltará água até mesmo para consumo humano em algumas partes especialmente de Mato Grosso mais para o final do inverno e início da primavera. Com relação ao excesso de chuvas, as áreas mais beneficiadas foram o leste do Rio Grande do Sul, norte de São Paulo, centro e leste de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro, centro e sul do Espírito Santo, parte do leste do Nordeste (entre Pernambuco e Rio Grande do Norte) e parte do norte do Nordeste e Norte (norte dos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Rondônia e Amapá). Destaco os grandes desvios positivos registrados no oeste do Amazonas e norte do Amapá. Em Oiapoque, choveu 900mm a mais que o normal graças ao atraso da migração da Zona de Convergência Intertropical. Em dezembro choveu 200mm acima do normal. Em janeiro, choveu 500mm a mais que o normal. Já em fevereiro, choveu 200mm a mais que o normal. Com relação à temperatura, tivemos de tudo um pouco. Todos ainda se recordam dos recordes de calor da semana passada, mas poucos se lembram que Porto Alegre registrou a temperatura máxima mais baixa de sua história em janeiro: 17,7°C no Jardim Botânico no dia 03. Já com relação aos recordes de calor, vale a pena lembrar de São Paulo, que registrou a maior temperatura da história de março: 34,1°C no dia 01º. Apesar do valor extremo, vale lembrar que a segunda maior temperatura de março foi de 34,0°C em 2003 e em 1999. Ou seja, o recorde aconteceu apenas por 0,1°C. Olhando o Brasil como um todo, observa-se excesso de calor no norte do Paraná, Sudeste, Mato Grosso do Sul, Goiás e Região Nordeste. Já no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná, o verão termina com poucos desvios. Mato Grosso, Rondônia, Acre, Pará e Amapá terminam o verão com temperatura ligeiramente abaixo da média.
Atualização:10-03-2009
Enviado por Ronimar. PU3 CVB
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