- Desastre no Jacuí: Como se fosse um tsunami


O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem já iniciou uma análise técnica para descobrir a causa da queda ontem da ponte sobre o rio Jacuí, em Agudo, na RSC-287. A avaliação dos engenheiros certamente terá que levar em conta a incrível carga a que foram submetidos os pilares da ponte. Apesar de todo o noticiário local destacar que os maiores volumes de chuva não superaram 250 milímetros nas áreas mais afetadas pela enchente, a MetSul Meteorologia apurou com exclusividade junto à CEEE que os registros pluviométricos nas usinas do rio Jacuí, em Salto do Jacuí, chegaram a quase 400 milímetros em apenas 30 horas. Foram 390 milímetros (160 mm entre 8h de domingo e 8h de segunda, e 230 mm entre 8 de segunda e 8h de ontem) na usina Leonel Brizola e 317 milímetros na usina de Passo Real. Volume perto de 400 milímetros em 30 horas equivale a cerca de 3 a 4 meses de chuva em um só dia, algo extraordinário e absurdo. Toda esta água precipitada no Centro-Serra parou nos rios que tiveram elevação extremamente súbita. O Jacuí, por onde passa a ponte que ruiu, recebeu uma carga de água assustadoramente alta em curtíssimo intervalo, extrapolando e muito o seu leito. Foi como se fosse um “tsunami”, apesar do ocorrido nada ter a ver com o fenômeno de origem geológica, em direção às partes baixas da região. O tempo segue instável até o fim da semana com risco ainda de pancadas de chuva forte a torrencial, contudo localizadas e passageiras na maioria dos locais. Ontem, mais de 60 milímetros de chuva provocaram alagamentos em Tramandaí, transtorno que pode se repetir hoje em mais cidades gaúchas. (foto de Jefferson Bernardes/Palácio Piratini mostra que o Vale do Rio Pardo mais parecia mar nesta terça-feira)

Autor: Alexandre Amaral de Aguiar
Publicado em 06/01/2010 02:15

Fonte: GPD - GRUPO DE PREVENÇÃO DE DESASTRES (santa Maria-RS)

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